quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Luz

Tudo começou com um cheiro.
Doce... Perigoso...
O odor percorreu os meus sentidos
e avancei às cegas pela névoa.
Sem medo.
Sem mentiras.
Há muito que sonhava com aquele mar vermelho de correntes suspensas.

O seu sabor deixou-me ébrio
e senti a luz a ficar forte.
Mais forte que eu.
Mais forte que tu.
Tão forte que me perdi
na carne pintada e no metal.

Como foi fácil confundir-me...
Como foi fácil convencer-me
a comer a carne proibida.
A trocar o lobo pelo cão.
Agora a luz já não me cega,
o cheiro já não me atiça.
Num oval perfeito esqueci a raiva...
Esqueci a coroa e esqueci a espada.
Descanso agora sem vontade,
Espero o negro que não me evade.

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