segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nada.

Conheci uma coruja que acha que é nada.
Rara coruja negra que raramente pia,
voámos pelo bosque no trilho de uma fada
mas nada encontrámos senão aquilo que mais temia
Vazios sem tesouro mudámos o nosso rumo
trilhámos pela linha tapados pelo fumo
matámos o seu templo com um rio de fina tinta
intenções nunca as ouve passados dias trinta.
Companheiros estranhos que nunca se desejam
encontram felicidade em rios de línguas mortas
penas que se tocam, mas nunca se cortejam
bicos que se entre-olham e esboçam linhas tortas.

Poema feio e sem métrica que nunca será mais do que espaço
serve a metáfora de não sermos nada, senão o erro do meu traço.

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